Esta é uma daquelas receitas nascidas do desastre e que acabam dando certo. Tudo começou em um dia que preparei pãezinhos. Tinha começado a receita fazendo uma mistura água morna, açúcar e fermento. Deixei agir um tempão, e nada.
Deixei a mistura não reativa de lado e fiz uma nova. E não é que a velha ‘vingou’ ao mesmo tempo que a nova? Para não jogar ingredientes bons fora, resolvi preparar mais um pão. Separei todos os ingredientes, dei uma espiada no pote de farinha e pensei comigo: “ah, vai dar”. Não deu.
Tive um princípio de pânico quando vi a massa ainda grudenta e nada de farinha em toda a casa. Felizmente, a ajuda veio de um improvável pacote de coco ralado, que há tanto tempo esperava um fim digno. O resto é história…
250ml de água morna
5g de fermento biológico seco instantâneo
1 xícara (de 200ml) de açúcar
450g de farinha de trigo
1 colher (chá) de sal
100g de coco ralado não-adoçado
Manteiga derretida (2 colheres de sopa devem dar)
Canela e açúcar para polvilhar
1 gema peneirada com 1 colher (chá) de água para pincelar
Misture fermento, água e açúcar e deixe descansarem até que essa mistura espume. Tenha fé – se o fermento for bom e estiver na validade, uma hora ele espuma.
Enquanto isso, peneire sal e farinha juntos numa tigela. Faça um buraco no meio e despeje dentro dele o líquido fermentado. Com os dedos, vá incorporando o líquido à farinha. Misture tudo até obter uma massa lisa e um pouco grudenta.
Feito isso, polvilhe a sua superfície de trabalho com o coco ralado e despeje lá a massa. Este é o momento em que a receita fica diferente do normal. O que vai fazer a sua massa dar ponto é o coco ralado. Sove por uns 10 minutos, adicionando mais coco, sempre que precisar.
Quando a massa estiver no ponto, forme uma bola com ela e coloque-a em uma tigela untada com óleo vegetal (vire-a dentro da tigela para que toda a sua superfície fique untada). Cubra-a com filme plástico ou pano de prato e deixe-a descansar até que dobre de volume.
Com a massa já crescida, extraia o ar dela apertando-a com os punhos. Feito isso, abra-a na sua superfície de trabalho com a ajuda de um rolo de macarrão. Estique-a até obter um retângulo com cerca de 1 cm de espessura. Pincele então a superfície da massa com um pouco de manteiga derretida e, por cima dessa manteiga, salpique coco ralado, canela e açúcar (devo ter usado uns 25g de coco ralado, 1 colher de sopa de açúcar e ½ colher de sopa de canela).
Enrole a massa que nem rocambole, apertando bem, mas com cuidado para não rompê-la. Enfie uma ponta do rocambole na outra para formar uma rosca. Disponha essa rosca em uma assadeira untada e enfarinhada e deixe-a crescer (faça uns talhos na superfície da rosca, se quiser – fica bonito). Enquanto isso, ligue o forno a 180ºC e deixe-o aquecer.
Quando a rosca tiver dobrado de volume, pincele-a com a gema, salpique mais canela, açúcar e coco e leve ao forno por cerca de 40 minutos ou até que ela fique douradinha.
Deixe-a esfriar numa grade por uns 30 minutos, antes de comer. Fica boa pura, com manteiga, com requeijão…
Creio que seja possível misturar o coco (uns 60g) à farinha e ao sal peneirados. Neste caso, é bom separar um pouco da farinha para a hora de sovar a massa.
Essa massa provavelmente serve para fazer rolinhos – aqueles pãezinhos em espiral. Para isso, é preciso dividi-la em porções menores (2 ou 3) e abrir uma por uma, repetindo em todas o processo de pincelar manteiga, salpicar coco, canela e açúcar e enrolar como rocambole. Feito isso, pode-se cortar cada rocambole em fatias de 3 cm de espessura. Se quiser fatias bem bonitas, use uma linha para cortá-las (dica da Cinara e da Akemi!).