Devo confessar que, durante toda a minha vida, não fui das maiores fãs de curau de milho verde (ou canjica, como se diz no Nordeste). Durante a gravidez, então, só a ideia daquela película resistente sobre o creme amarelado me dava engulhos. Mas, pelos filhos, o que é que a gente não faz, néam.
Desde que completaram 6 meses, os bebês começaram a comer sopinhas salgadas. Bonzinho que é, o pediatra sugeriu algumas sobremesas para terminar a refeição. Entre elas, o quê, o quê, o quê? O famigerado curau.
Sem ter muita escolha, resolvi enfrentar o inimigo. Não era possível que uma sobremesa tão querida para tanta gente fosse assim, tão ruim. Respirei fundo, segurei na mão de Helena Gasparetto e de sua receita bem explicadinha e segui em frente. Também contei com as dicas da querida Leili nessa empreitada.
Gente, eu adorei curau! Quentinho, bem cremoso, sem aquela pelezinha odiosa e coberto de canela, é bom demais! Por seus rostinhos melados e contentes, posso afirmar que os bebês também aprovaram 🙂
Receita adaptada daqui
5 espigas de milho verde bem bonitas
1 litro de leite integral da melhor qualidade que você puder encontrar (eu uso o Leitíssimo)
1 pitada de sal
Açúcar a gosto*
O primeiro passo é lavar as espigas para remover os eventuais cabelinhos de milho que ainda restem. Escorra bem. Feito isso, é hora de remover os grãos das espigas: deslize cuidadosamente uma faca de serra ao longo do comprimento de cada espiga. Uma dica: faça isso dentro de uma tigela grande ou bacia para não terminar com milho por todo canto da cozinha.
Transfira o milho para o copo do liquidificador, acrescente leite até cobrir os grãos e bata bem (se o seu liquidificador não for muito potente, coloque apenas metade da quantidade de milho e um tanto mais de leite).
Peneire o milho batido com o leite diretamente para a panela em que pretende cozinhar o curau**. Esprema bem para extrair todo o líquido***. Acrescente o restante do leite, a pitada de sal e um pouco de açúcar e mexa bem. Prove e adicione mais açúcar até ficar quase no ponto que você gosta****.
Leve a panela ao fogo baixo e força na peruca, fia, que o negócio é mexer sempre até que o curau fique bem cozido e ganhe a consistência de mingau. Ao longo do processo, prove e veja se quer colocar um pouco mais de açúcar.
Pronto, o curau engrossou e está doce como você quer. Transfira-o para um prato ou tigela. Se você tiver nojinho da película que se forma sobre ele, faça como eu – cubra-o com filme plástico (o filme deve tocar toda a superfície do curau. É isso que impede a formação da película).
Sirva morninho, polvilhado com canela*****.
* O açúcar é a gosto mesmo – vá acrescentando de 1/4 de xícara em 1/4 de xícara e provando até que fique do jeito que você gosta. Eu prefiro o curau menos doce – para os bebês, então, faço com menos açúcar ainda (pouco mais de 1/2 xícara é o suficiente).
** Eu já testei preparar o curau em panela de ferro esmaltada e em panela de inox de fundo triplo – preferi a última, grudou menos.
*** Não jogue o bagaço do milho fora! Dá para preparar um bolinho de milho delícia com ele! A receita que eu usei segue no próximo post.
**** À medida em que cozinha, o sabor do curau se intensifica e pode ser que não seja necessário adoçar mais.
***** Apesar de ter colocado canela em pó no curau para a foto, não a uso quando é para os bebês.