Já falei da minha amiga K. algumas vezes por aqui. É uma das pessoas que mais admiro nessa vida – alguém que equilibra perfeitamente força e jeito, razão e emoção, rigor e doçura. Não bastasse tudo isso, é linda feito uma elfa e cozinha feito uma fada.
Nessa semana, contei com o seu auxílio luxuoso no desafio Dorie às Sextas – preparamos juntas a receita de chocolate pudding (que nada tem a ver com aquele pudim com calda de caramelo que a gente conhece; está mais para um creme super sedoso). Durante todo o processo, ela foi me explicando o porquê de vários passos da receita. Achei tão interessante que resolvi acrescentar essas explicações em itálico, ao longo do modo de preparo.
Receita adaptada daqui
2 e ¼ xícaras de leite integral (misturei 2 xícaras de leite semidesnatado com ¼ de xícara de creme de leite fresco)
6 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de cacau em pó não adoçado
2 colheres (sopa) de amido de milho (maisena)
¼ colher (chá) de sal
1 ovo grande
2 gemas
125g de chocolate amargo derretido, frio (usei um com 75% de cacau)
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Leve ao fogo uma panela de fundo grosso com metade do açúcar e 2 xícaras de leite. Enquanto isso, peneire numa tigelinha o amido de milho, o cacau e o sal, misturando delicadamente com um fouet para homogeneizar. Reserve.
No processador de alimentos, adicione o açúcar restante, o ovo e as gemas e pulse por 1 minuto, até obter um creme claro e leve. Acrescente o leite restante (1/4 xícara) e pressione o botão “pulsar” algumas vezes. Some, por fim, os ingredientes secos e pulse até misturar. Com o processador em funcionamento, verta muito lentamente a mistura de leite quente.
K. me contou que este procedimento se chama ‘temperar o ovo’ – adiciona-se um pouco do líquido quente ao creme para que os ovos se adaptem ao calor sem cozinhar de uma vez – do contrário, haveria choque térmico e o creme ficaria com grumos e um gostinho de ovo mexido, eca.
Quando todo o leite estiver incorporado, devolva o líquido à panela. Leve ao fogo baixo mexendo sempre, até a mistura engrossar (fica com a consistência de um mingau de maisena).
K. recomendou testar se está no ponto mergulhando uma colher no creme. Se ele cobrir as costas da colher perfeitamente, está bom.
Deixe o creme esfriar um pouco e acomode-o no processador mais uma vez. Adicione o chocolate, a manteiga e a baunilha e pulse mais um pouco, até obter uma mistura bem homogênea.
K. explicou que essa manteiga que adicionamos ao creme no final do preparo serve para deixá-lo brilhante. Uia!
Distribua o creme por 6 tacinhas. Cubra com filme plástico bem apertado se quiser evitar a formação daquela ‘pelinha’ mais consistente sobre o creme.
Leve à geladeira por 4 horas, no mínimo.
Gente, nem falei do que achei do chocolate pudding. É quase indescritível de tão bom. Na primeira colherada, o coração se aquece e a gente é instantaneamente transportado para um mundo de paz e conforto. Pena que esse mundo se dissolve enquanto a gente raspa desesperadamente a taça em busca do último restinho.