Já ouviu falar em chiffon cake? É um bolo super levinho, feito com óleo vegetal, açúcar, ovos, farinha, fermento e algum ingrediente que dê sabor.
Its distinctive feature is that its recipe uses vegetable oil instead of the traditional fat that is solid at room temperature, such as butter or shortening. However, this makes it more difficult to directly beat air into the batter. Therefore, chiffon cakes, like angel cakes and other foam cakes, achieve a fluffy texture by having egg whites beaten until stiff and folded into the cake batter before baking. Its aeration properties rely on both the quality of the meringue and the chemical leaveners. (Wikipedia)
Por ser um bolo com óleo vegetal, ele se mantém mais úmido e macio do que os bolos amanteigados. Por outro lado, haja ginástica para deixá-lo fofinho, já que não há manteiga.
Eu sempre quis fazer – até tinha comprado uma forma própria para isso -, mas sempre morri de medo de dar errado, por isso, vinha adiando.
Até que fiz o curso da Simone (contei sobre isso aqui). Ora, se eu fui capaz de fazer um bolo de camadas, por que não conseguiria fazer um bolo ‘simples’?
Para isso, recorri às explicações super detalhadas (com texto, foto e vídeo!) da Nami, uma moça japonesa que mora em San Francisco e está à frente do blog Just One Cookbook (excelente blog sobre culinária japonesa, diga-se de passagem).
Estudei como se tivesse que executar a receita em um concurso. Preparei o mise-en-place com antecedência. E aí, no dia em que o preparei, foi tão fácil que eu nem acreditei.
Segui a receita da Nami bem rigorosamente – só não usei limão meyer porque não há no Brasil. No lugar deles, usei limões sicilianos bem perfumados.
Quanto ao bolo, consigo entender perfeitamente porque ele é considerado um dos preferidos dos japoneses – é tão delicado, leve, sutil. Parece uma nuvenzinha, de tão fofo. É surpreendentemente úmido. E o perfume de limão, gente. Tudo nele praticamente obriga você a pedir uma segunda fatia.
Apesar de o glacê ficar vistoso, acho perfeitamente dispensável. A doçura de um glacê pesa um pouco em um bolo tão etéreo.
Este chiffon, eu preparei para o aniversário do meu pai. Agora vou ter que inventar mais pretextos pra preparar outros… 😉
Receita daqui
3 ovos grandes (claras separadas das gemas)
85 g de açúcar refinado (separe em 3 partes)
40 mL de óleo vegetal de sabor suave (usei canola)
Raspas da casca de 2 limões sicilianos
1/4 de xícara de sumo de limão siciliano (esprema, coe e meça)
75 g de farinha para bolos*
1 colher (chá) de fermento químico em pó
2 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro para polvilhar no bolo
Glacê (opcional)
60 g de açúcar de confeiteiro
1 colher (sopa) de suco de limão siciliano
Ligue o forno a 170ºC. Separe uma forma própria para chiffon cake com 17 cm de diâmetro (não precisa untar!).
Em uma tigela grande, adicione as gemas e 1/3 do açúcar. Com um fouet, bata até que a mistura fique cremosa, sem grânulos de açúcar aparentes, e um pouco mais clara.
Adicione o óleo vegetal em fio, batendo constantemente até ficar homogêneo. Sobre essa mistura, acrescente o sumo de limão e as raspas das cascas. Misture muito bem.
Peneire sobre essa mistura a farinha para bolos e o fermento. Mexa com o fouet até que a massa fique lisinha.
Na tigela da batedeira, acomode as claras e bata em velocidade média/baixa (velocidade 4) até que elas comecem a ficar espumosas, esbranquiçadas e cheias de bolhas. Acrescente outro 1/3 do açúcar e continue batendo.
Depois de uns 30 segundos, aumente a velocidade para alta (velocidade 10) e adicione o restante do açúcar aos poucos. Bata por 2-3 minutos ou até obter um merengue brilhante, com picos firmes e pontas que se dobram, como fitas.
Verta 1/3 do merengue sobre a mistura de gemas. Com um fouet, bata bem até homogeneizar.
Ainda com o fouet, incorpore com muita delicadeza o restante do merengue – 1/3 de cada vez. Envolva até ficar bem uniforme – use uma espátula no final, se achar necessário.
Verta a massa na forma. Deslize uma faquinha por toda a massa do bolo algumas vezes para diminuir o número de bolhas. Bata a forma na pia gentilmente algumas vezes.
Leve o bolo ao forno por 30-35 minutos ou até que ele passe no teste do palito. Se a superfície começar a dourar muito rápido, cubra a forma frouxamente com papel alumínio.
Assim que tirar o bolo do forno, bata o fundo da forma contra a pia para que ele não encolha. Deixe então o bolo de cabeça para baixo até ficar completamente frio.
Para desenformar, passe uma faquinha fina e afiada ao redor do bolo – tanto nas bordas quanto ao redor do túnel. Com cuidado, remova as laterais da forma. Passe então a faquinha rente à base da forma até soltar o bolo. Vire-o gentilmente sobre o prato de servir.
Polvilhe açúcar de confeiteiro e já pode servir. A não ser que você queira o glacê (recomendo!).
Em uma tigelinha, misture o açúcar de confeiteiro e o sumo de limão até ficar homogêneo – deve ficar espesso, mas ainda líquido (acrescente mais limão ou mais açúcar até obter a consistência desejada). Derrame sobre o bolo com o auxílio de uma colher. Pode servir!
* Farinha para bolos é aquela que mistura farinha de trigo comum e amido de milho. Ela faz bolos mais fofinhos e, segundo a Nami, é imprescindível em chiffon cakes. Se quiser preparar em casa, faça assim: meça 1 xícara de farinha de trigo nivelada (com um colher, encha a medidora com farinha até transbordar um pouco e passe uma faca rente ao topo para remover o excesso e nivelar o conteúdo). Remova da medidora duas colheres de sopa de farinha de trigo. Adicione então 2 colheres de sopa de amido de milho. Despeje os dois ingredientes em uma tigela, misture bem com um fouet e peneire pelo menos 4 vezes. Pronto! Lembrando que, nesta receita, você vai precisar de 2/3 de xícara dessa farinha.
* Está sofrendo porque vai ficar com 1/3 de xícara de farinha para bolos dando bobeira? Eu ajudo você. Se quiser fazer a quantidade certinha, sem sobras, faça assim: em uma tigela, peneire 9 colheres de sopa, mais 1 colher de chá, de farinha de trigo. Em seguida, peneire mais 1 colher de sopa, mais 1 colher de chá, de amido de milho. Misture bem com um fouet e peneire mais 4 vezes. Pode usar!
* Os chiffon cakes precisam de formas próprias para o seu preparo – e elas são bem específicas. São formas de fundo removível, altas e com túnel central, lisas e sem revestimento antiaderente. Podem ter ‘pés’ perto do topo e/ou túnel central mais alto que a forma. Por que tudo isso? O chiffon cake precisa ficar o mais alto e aerado possível – para isso, ele precisa ter onde se ‘segurar’ enquanto cresce (e não dá para se segurar em paredes antiaderentes ou untadas). E precisa esfriar de cabeça para baixo. Assim ele não encolhe e a umidade fica mais bem distribuída. E o fundo removível? Uai, se o bolo está em forma não untada, o único jeito de tirá-lo de lá é soltando-o com uma faquinha.
* Eu sempre li que a gente incorpora claras em neve à massa do bolo com uma espátula – e sempre tive dificuldade com isso. A Nami usa um fouet com muito sucesso. Testei o método dela e penso em adotá-lo pra mim, pois deu muito certo!
9 Comentários Esconder comentários
Estes bolos são muito deliciosos. Ficou lindo cx
Eu nunca tinha comido e morria de curiosidade, Tina!
Lê, não fiz ainda o chiffon cake. Compro de um senhor que morou no Japão e meu marido adora o chiffon cake dele.
Apesar de todos os cuidados pra fazer com perfeição, continuo com vontade de fazê-lo.
O seu ficou lindão!
Bjs
Acho que você fará lindamente! Eu tinha muita curiosidade em relação a chiffon cakes, mas nunca tinha provado. É tão bom!…
Sempre faço as laranjas cristalizadas muito bom e terapêutico.
Boa tarde. Faço bolos e os chiffon são meus preferidos. Toda semana faço um, e adoro os de laranja ou limão. Há cerca de um mês quis uma receita diferente. Achei a sua. Fiz. Não deu certo. O bolo ficou macio e gostoso mas baixinho. Não cresceu. E não é meu forno, porque os outros chiffons que faço saem perfeitos. Eu ia receber uma amiga pra um chá e pensei “ Puxa, logo hoje?”. Mas achei que tivesse sido erro meu porque não fiz a mistura da farinha de bolo. Só fui ver no final da receita e já tinha começado o bolo. Também não coei o suco de limão, porque costumo colocar com os gominhos. Pensei “ Erro seu, na próxima faz direito”. Hoje resolvi fazer. Separei todos os ingredientes, pesei cada um direitinho, ovos em temperatura ambiente, forma pequena de chiffon, óleo de canola, suco de limão coado, raspas de dois limões ( da outra vez coloquei só de um), fiz a farinha especial pra bolos seguindo sua indicação no fim da receita e enquanto pesava às nove colheres e tal, percebi que passava dos 75 gramas que estavam lá em cima na receita. Mas segui assim mesmo, afinal, você estava dando a receita de farinha especial pra bolo seguindo sua própria quantidade lá de cima. Usei fermento biológico novo, que tinha comprado ontem, achando que talvez meu fermento estivesse velho. Preparei tudo e segui a receita com a precisão de um relojoeiro suíço. Bati as claras em neve do jeito que estava na receita. Tempo, forno, forma, tudo certinho. Assou em 28 minutos, amarelinho, lindo! E baixinho. Não passou de cinco centímetros. Esperei esfriar, desenformei e cortei uma fatia. De novo, fofinho, cheiroso e gostoso. Mas baixo. Não é chiffon. Bolo chiffon é alto, uma esponja. Esse ficou com consistência de biscoito de polvilho. Me desculpe, não quero ser indelicada, mas fiquei muito, muito frustrada, porque repito, faço bolos há mais de dez anos, não sou iniciante, e os chiffon são minha paixão. Costumo fazer até para os amigos e parentes, só pelo prazer de fazer um bolo alto, bonito, que você aperta e lembra uma esponja. E esse não tem nada disso. Então eu me pergunto: se eu segui toda a receita, religiosamente, o que deu errado? Há uma receita da Dani Noce, que eu tenho anotada no caderno, que é parecida com a sua, só que com quantidades maiores, limão espremido sem coar, 9 ovos, açúcar cristal e 15 gramas de amido. E fica sensacional!!!! Fica super alto!!! Uns treze centímetros. Então me desculpe, novamente, mas quando a gente erra uma vez por não ter seguido a receita ao pé da letra, é erro da gente e temos que dar uma segunda chance pra receita e pra gente mesma. Mas duas vezes? Duvido que algo esteja errado por aqui.
Desculpe o desabafo, mas fiquei muito chateada por ter perdido tanto tempo e tantos ingredientes. À toa.
Oi, Maria Célia, usei a receita do blog para preparar chiffon cake neste fim de semana (usando laranja e cardamomo) e deu certinho. Você usou fermento biológico? A receita do blog é com fermento químico em pó… provavelmente foi isso que deu errado! Se quiser, beba direto da fonte, minha referência é a Nami, do blog Just One Cookbook – https://www.justonecookbook.com/meyer-lemon-chiffon-cake/. Ela faz chiffon cakes maravilhosos – a minha receita é só uma tradução da dela. Abraços.
Fiz bolo chiffon de chocolate e ficou maravilhoso…gostei da sua receita…vou testá-lo…só não recomendo o uso de óleo de canola, que além de caro, é um veneno…pesquise
Olá! Meu chiffon está no forno. Mas na execução da massa não observei o momento de pôr o oleo e nem o fermento. Mas finalizando me lembrei do fermento e acabei esquecendo do óleo. Vamos ver o que vai!!!!