A primeira vez que preparei este bolo foi um total desastre. Minha intenção era levá-lo para o trabalho, mas metade dele ficou grudada na forma. Tudo porque eu segui rigorosamente os procedimentos recomendados na receita – apenas untar a forma com manteiga, desenformar após 5 minutos fora do forno -, e não os que eu normalmente faço e que costumam dar certo. Que ódio.
Enquanto tentava remover os restos do bolo da forma, fiquei espantada com a umidade e a fofura da massa. Era impossível retirá-la inteirinha, de tão delicada que era. No teste de sabor, ela também foi aprovada com louvor – chocolatuda, doce na medida, uma loucura. Até Alice, aquela que não come comida feia, papou um tantão de bolo esmigalhado.
Assim, resolvi dar uma segunda chance à receita. Dessa vez, untei a forma com manteiga e polvilhei com chocolate em pó. Na hora de desenformar, esperei até que o bolo ficasse em temperatura ambiente. Ainda assim, ele perdeu um pouco da casquinha. Dei uma disfarçada com um pouco de calda de cacau.
Mesmo insatisfeita com a aparência do bolo, levei-o para o trabalho. Foi um sucesso estrondoso. Quando cheguei em casa, com a boleira vazia, Gabriel chorou, sentido, ao saber que não havia restado nenhum pedacinho para ele. E foi assim que eu fiz essa receita pela terceira vez em menos de dez dias. ;-P
Ainda cogito refazer este bolo outras vezes até que ele fique com a aparência perfeita. Aí, poderei atualizar este post contando como procedi. De todo modo, se você não se importar com um topo não tão lisinho (ou se tiver um método infalível para desenformar seus bolos), faça-o. Ele tem tudo para se tornar o seu bolo de chocolate preferido, vá por mim.
Receita adaptada daqui
Para o bolo:
240 mL de café coado
200 g de manteiga sem sal (ou 150 g de óleo vegetal de sabor suave, como canola)
60 g de cacau em pó não adoçado de boa qualidade
360 g de açúcar
3/4 de colher (chá) de fermento em pó
1/4 de colher (chá) de bicarbonato de sódio
3/4 de colher (chá) de sal
240 g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
2 ovos grandes
125 mL de iogurte natural não adoçado (normal ou grego)
Para a calda:
100 g de açúcar
125 mL de água
15 g de cacau em pó não adoçado de boa qualidade
Preaqueça o forno a 180ºC. Unte com manteiga uma forma para bundt cake com capacidade para 10-12 xícaras. Polvilhe com chocolate em pó, dando pancadinhas na forma sobre a pia para remover o excesso. Reserve.
Numa panela pequena, leve ao fogo baixo a manteiga, o cacau em pó e o café. Mexa com uma colher de pau até a manteiga derreter. Retire do fogo e continue misturando até ficar homogêneo. Deixe esfriar por 10 minutos.
Enquanto isso, junte o açúcar, o fermento em pó, o bicarbonato de sódio e a farinha em uma tigela grande. Misture com um fouet até ficar uniforme.
Verta a mistura de cacau sobre os ingredientes secos e mexa até ficar bem misturado. Raspe as laterais da tigela e mexa mais até que não haja vestígios de ingredientes secos.
Em uma tigela média, misture a baunilha, os ovos e o sour cream/iogurte. Junte essa mistura ao conteúdo da tigela grande e misture bem até ficar completamente combinado.
Despeje a massa na forma preparada e leve ao forno por 50 a 55 minutos ou até que ele passe no teste do palito. Importante: se a forma tiver revestimento interno escuro, o bolo vai assar mais rápido. Se for o caso da sua forma, comece a testar o bolo com 40 minutos de forno.
Retire o bolo do forno e deixe que ele esfrie sobre a grade de resfriamento. Quando estiver de morno a frio, desenforme-o no prato de servir.
Faça então a cobertura: junte os ingredientes em uma panela média e leve ao fogo alto, mexendo até ferver (cuidado, a calda ‘sobe’ que nem leite fervente). Abaixe o fogo e deixe que ela ferva suavemente por uns 10 a 15 minutos, até ficar com consistência de calda industrializada.
Com o auxílio de uma colher, derrame a calda sobre o bolo, deixando escorrer pelos lados. Sirva imediatamente.
Da primeira vez que preparei o bolo, eu o fiz com manteiga. Das vezes seguintes, fiquei sem manteiga em casa e acabei usando óleo. Ficou tão bom quanto. E nem precisei levar ao fogo para derreter.