Faça você mesmo – salada no pote
30 de junho de 2016
Este não é um post com receita, até porque acredito que saladas quase sempre são circunstanciais – nelas, vai o que dá na feira, na horta, na geladeira, na veneta. O que eu quero é dar uma dica pra você, que está numa correria sem fim, mas não quer abrir mão de uma alimentação leve e saudável. É a salada no pote.
“Grandes coisas, fia”, você pensa. Salada no pote é uma ideia tão antiga que até deixou de ser moda. Mas não deixou de ser uma ótima ideia, né. Só que há segredinhos para montá-la e ter um bom resultado, e são eles que eu quero dividir com vocês. Simbora!
1) O pote: Dê preferência a potes com capacidade entre 800 mL e 1 L. O ideal é que eles sejam altos (para que você consiga fazer camadas de ingredientes), que tenham boca larga e que fechem hermeticamente. Um vidro grande desses de palmito em conserva costuma funcionar bem. Eu uso um pote plástico da Lock&Lock, que cabe perfeitamente na minha lancheira e aguenta o tranco de ser jogado de qualquer jeito por aí.
2) A consistência do molho: Para uma salada no pote, a melhor pedida são os molhos mais fluidos. Por quê? Porque assim, eles escorrem e se distribuem melhor pelos ingredientes quando você vira o pote de cabeça para baixo (há quem curta sacudir a salada dentro do pote para fazer isso. Eu acho uma violência com o alimento que você preparou com todo o carinho). Mostarda com mel, vinagrete simples, um pesto ralo… as opções são infinitas.
3) A escolha dos ingredientes: O ideal é que o pote contenha todos os elementos de uma boa refeição.
- Proteína animal – Se você consome proteína animal, inclua a sua preferida. Pode ser frango ou filé grelhado em tirinhas, queijo branco ou muçarela de búfala em cubinhos, atum enlatado em lascas, ovo de codorna cozido…
- Fonte de carboidratos – Para saladas de pote, gosto de usar massas curtas cozidas al dente ou croutons.
- Leguminosas – Ficam deliciosas em saladas! Minhas prediletas são ervilhas frescas, feijão-verde, feijão-fradinho, grão-de-bico e lentilha.
- Legumes – Podem ir grelhados, assados, cozidos ou crus, de acordo com a sua preferência. Meus favoritos para saladas são cenoura, beterraba, tomate, pepino, rabanete, abobrinha, funcho e vagem francesa.
- Folhas – as que você mais gostar. Eu costumo dar preferência àquelas mais resistentes, como radicchio, repolho branco, endívia e escarola quando sei que a salada precisará aguentar-se por um bom tempo.
- Bossa – Alguns ingredientes, mesmo em pequena quantidade, podem dar muito charme à saladinha de todo dia. São bons exemplos disso: ervas frescas, azeitonas, frutas frescas ou secas, castanhas ou sementes torradas e bacon frito, bem sequinho e esmigalhado.
4) O tamanho dos ingredientes: Esta é uma dica especialmente importante se você precisa comer direto do pote, como é o meu caso. Os ingredientes devem estar em pedaços grandes o suficiente para serem facilmente apanhados com um garfo – ninguém merece ficar brincando de pescaria enquanto come. Também devem ser pequenos o suficiente pra que caibam na sua boca e não deixem você parecendo um tiranossauro dilacerando uma presa.
5) A sequência de montagem: Salada no pote precisa seguir uma determinada ordem nas camadas para ficar gostosa por mais tempo. Para mim, a sequência ideal de entrada no pote é:
1. Molho
2. Proteína animal
3. Leguminosas
4. Massa curta
5. Legumes cozidos/grelhados
6. Legumes crus
7. Folhas
É importante respeitar a sequência principalmente em relação ao molho (o primeiro a entrar no pote) e aos legumes crus e folhas (os últimos, mantidos bem longe do molho). Por que isso? Porque os molhos, em geral, são salgados e costumam desidratar os vegetais. Se você deixa suas folhinhas de alface ou um pepininho perto do molho, eles soltarão muito líquido, ficarão terrivelmente murchos ficarão com gosto de passados. ECA!
Ah, se usar croutons, minha dica é: deixe-os em uma embalagem separada da salada e acrescente-os somente na hora de comer. Assim, eles se mantêm sequinhos e crocantes.
6) As condições de armazenamento: De um modo geral, saladas não curtem calor. Se elas tiverem que passar algum tempo sem refrigeração – mais do que meia hora, por exemplo – o ideal é carregá-las em bolsas térmicas com gelinhos reutilizáveis próprios para transporte. Eu uso uma bolsa térmica de gel parecida com essa. Ela é ótima! Você a mantém dobradinha no freezer e, quando precisa usar, não tem que colocar gelinho nem nada: as laterais e o fundo já estão congelados. Ela conserva os alimentos como na geladeira por até 5 horas.
E aí, animei você? Então, bora carregar nossas saladinhas por aí e melhorar nossa alimentação, um pote de cada vez!
Observações finais:
– Este não é um post patrocinado (mas bem que podia, né). Eu realmente uso e recomendo os produtos que citei.
– Deu pra ver o que tinha no meu pote? Eu conto. Na sequência: vinagrete simples (azeite, vinagre de maçã, sal, pimenta moída na hora e um tiquinho de açúcar); frango grelhado em cubinhos; grão-de-bico cozido; macarrão de arroz parafuso cozido; tomate sweet grape inteiro, pepino e pimentão em cubinhos; cenoura em tirinhas; um monte de escarola bem novinha.