Não sei se isso acontece com você ou com alguém que você conheça, mas aqui em casa tem sido bem comum: de uma semana para outra, meus filhos desgostam de alimentos que supostamente eram seus preferidos. Aconteceu com biscoitos, com frutas, com bolos. Agora, a vítima da vez é o curau.
Os primeiros sinais de que a paixão acabara começaram há algumas semanas. As cumbuquinhas de curau, devoradas em minutos, começaram a voltar para a cozinha cada vez menos vazias. Mas sempre havia alguma desculpa plausível para isso acontecer – ora era um resfriado, o dentinho incomodando, a noite de sono ruim. Até que, finalmente, chegou o dia em que os dois se recusaram a tocar em suas tigelinhas.
Curau não pode ser congelado. E eu não posso com curau se quiser continuar cabendo nas minhas calças jeans. O que fazer, o que fazer… recorri ao Google. E sabe quem me socorreu? A mesma pessoa que me ensinou a fazer curau: a Lena!
Pois a Lena não inventou uma receita de bolo de fubá deliciosa que leva curau na massa? E que bolo, gente. Assim que provei o primeiro pedaço daquela fofura de bolo, soube que não poderia mantê-lo em casa, ou comeria tudo sozinha. Levei-o para o trabalho, craro.
Em todo canto por onde passou, o bolo foi aprovadíssimo. Quer dizer, menos em casa, pela Alice, que desgostou de qualquer tipo de bolo (ai, ai, ai).
Receita adaptada dessa daqui
Para o curau:
2 xícaras de grãos de milho verde crus (debulhe duas espigas médias de milho verde e remova os ‘cabelinhos’)
1 xícara de leite
Para o bolo:
1 1/4 de xícara de açúcar (da próxima vez, vou usar 1 xícara, apenas)
100 g de manteiga amolecida ou margarina (usei margarina porque não quis esperar a manteiga amolecer e achei bem bom)
2 ovos
2 colheres (sopa) de óleo de canola
O curau pronto, já frio
1 xícara de fubá mimoso
1/4 de colher (chá) de sal
1/2 xícara de farinha de trigo peneirada
1/2 colher (sopa) de fermento em pó
Canela em pó a gosto
Ligue o forno a 180ºC. Unte e enfarinhe cuidadosamente uma forma de anel média (fique à vontade para usar outra assadeira ou forma, mas lembre-se de caprichar na preparação dela – o bolo é delicado e tende a perder casquinhas na hora de desenformar).
Comece preparando o curau: no copo do liquidificador, junte o milho e o leite e bata muito bem. Despeje a mistura em uma peneira encaixada sobre uma panela média. Com o auxílio de uma espátula de silicone, esprema gentilmente o bagaço de milho até que ele fique bem sequinho (se quiser, guarde-o para fazer bolo de milho).
Leve a panela ao fogo médio, mexendo sempre com uma colher de pau ou espátula de silicone. Quando começar a borbulhar, abaixe o fogo e continue mexendo até que o curau fique grosso e bem cozido. Transfira-o para uma tigela de vidro e deixe esfriar sobre uma assadeira com água e gelo.
Agora, vamos ao bolo propriamente dito. Numa tigela, peneire juntos o fubá, a farinha, o sal, a canela e o fermento. Reserve.
Na tigela da batedeira, coloque a manteiga, os ovos e o açúcar até obter um creme fofo e pálido. Acrescente 1/3 do curau, mais o óleo, e bata em velocidade lenta somente até incorporar. Some então metade dos ingredientes secos, também em velocidade lenta. Continue alternando a adição de curau e ingredientes secos até terminar (sempre lembrando de usar velocidade lenta e bater apenas até ficar bem misturado).
Despeje a massa na forma preparada e leve ao forno por uns 50 minutos, mais ou menos (faça o teste do palito).
Retire o bolo do forno e deixe a forma sobre uma grade até amornar. Passe então uma faquinha fina ao redor do bolo para ajudá-lo a se soltar. Quando estiver frio, desenforme com cuidado.